quinta-feira, 17 de junho de 2010

SOLIDÃO É FUNDAMENTAL...

Que me desculpem os desesperados, mas solidão é fundamental para viver.
Sem ela não me ouço, não ouso, não me fortaleço.
Sem ela me diluo, me disperso, me espelho nos outros, me esqueço.
Não penso solto, não mato dragões, não acalanto a criança apavorada em mim, não aquieto meus pavores, meu medo de ser só.
Sem ela sairei por aí, com olhos inquietos, caçando afeto, aceitando migalhas,
confundindo estar cercada por pessoas, com ter amigos.
Sem ela me manterei aturdida, ocupada, agendada só para driblar o tempo e não ter que me fazer companhia.
Sem ela trairei meus desejos, rirei sem achar graça, endossarei idéias tolas só para não ter que me recolher e
ouvir meus lamentos, meus sonhos adiados, meus dentes rangendo.
Sem ela, e não por causa dela, trocarei beijos tristes e acordarei vazia em leitos áridos.
Sem ela sairei de casa todos os dias e me afastarei de mim, me desconhecerei, me perderei.
Solidão é o lugar onde encontro a mim mesma, de onde observo um jardim secreto e por onde acesso o templo em mim.
Medo? Sim. Até entender que o monstro mora lá fora e o herói mora aqui dentro.
Encarar a solidão é coisa do herói em nós, transformá-la em quietude é coisa do sábio que podemos ser.
Num mundo superlotado, onde tudo é efêmero, voraz e veloz a solidão pode ser oásis e não deserto.
Num mundo tão estressado, imediatista, insatisfeito a solidão pode ser resgate e não desacerto.
Num mundo tão leviano, vulgar, que julga pelas aparências e endeusa espertalhões,
turbinados, bossais, a solidão pode ser proteção e não contágio.
Num mundo obcecado por juventude, sucesso, consumo a solidão pode ser liberdade e não fracasso.
Solidão é exercício, visitação.
É pausa, contemplação, observação.
É inspiração, conhecimento.
É pouso e também vôo.
É quando a gente inventa um tempo e um lugar para cuidar da alma, da memória, dos sonhos;
quando a gente se retira da multidão e se faz companhia.
Preciso estar em mim para estar com outros.
Ninguém quer ser solitário, solto, desgarrado.
Desde que o homem é homem, ou ainda macaco, buscamos não ficar sozinhos.
Agrupamo-nos, protegemo- nos, evoluímos porque éramos um bando, uma comunidade.
Somos sociáveis, gregários.
Queremos amigos, amores.
Queremos laços, trocas, contato.
Queremos encontros, comunhão, companhia.
Queremos abraços, toques, afeto.
Mas, ainda assim, ouso dizer: é preciso aprender a estar só para se gostar e ser feliz.
O desafio é poder recolher-se para sair expandido.
É fazer luz na alma para conhecer os seus contornos, clarear o caminho e esquecer o medo da própria sombra.
Ouse a solidão e fique em ótima companhia.

Hilda Lucas


SERÁ???????

Tentando Ser Feliz!!!!!

Que tal pensar nas coisas boas que a vida está te dando e deixar que cada um cuide do seu próprio inferno?

A VIDA É engraçada. Você tem 38 razões para estar feliz e umas três te atormentando. O que acontece? Você leva o dia inteiro pensando nas três e não lembra nem uma vez (e olha que o dia tem 24 horas) de nenhuma das outras 38.

Que as razões para estar feliz sejam as mais banais, não tem importância, pois bastava que uma delas estivesse dando errado para você estar arrancando os cabelos. Quer ver só?

Seus gatos estão com saúde? Que maravilha; mas, se não estivessem, você estaria péssima. Seu computador está em ordem? Nem por um instante pensa nisso, mas se a internet não estivesse funcionando, seria o caos. Alguma coisa te obriga a ligar para o 0800? Deus é grande, nada.

E assim vamos nós, com muitas razões para estar tranqüilas e sossegadas, mas com aquelas -aquelas- perturbando o tempo todo. O pior é que a maioria das pessoas é assim. Elas começam com a pergunta "posso te alugar por cinco minutos?" Claro, amigo é para essas coisas. Depois de contar uma história que não dura cinco minutos, mas pelo menos 25, ela diz "mas não quero pensar mais nisso, não vou esquentar minha cabeça, e pronto". Muito saudável, uma medida providencial -para os dois, aliás. Mas daí a 40 minutos o assunto volta, com direito a pedidos de conselhos e tudo.

Em grande parte das vezes o tal assunto é banal -para quem está ouvindo, claro. Mas para quem está passando pelo problema é mais importante do que a guerra do Iraque: o namorado que maltratou, a sogra que é uma megera, o ex que não pára de telefonar para atormentar bem o juízo.

Os dias se passam, os problemas continuam exatamente iguais, e a pessoa se martirizando por coisas que, no fim das contas, não são nem tão graves assim.

O namorado que maltrata pode estar querendo se mandar, e se for o caso, nada a fazer, a não ser esperar o tempo passar e esquecer; a sogra que te enlouquece vai ser assim a vida inteira, provavelmente porque nasceu assim, então tem que descontar em cima de alguém, e se o ex telefona o tempo todo é porque não arranjou uma namorada nova.

Moral da história? Se essas coisas acontecem, o problema não é seu, mas delas, e são elas que devem encontrar a solução.

A partir do momento que você realiza que está bem e compreende, como disse Sartre, que o inferno são os outros, que tal pensar nas coisas boas que a vida está te dando e deixar que cada um cuide do seu próprio inferno, sem deixar que ele te atinja?

Não é fácil, mas é um exercício que vale a pena aprender; não se trata propriamente de ser egoísta, mas de procurar exercer, tanto quanto possível, seu direito de ser feliz.

Procure, durante alguns momentos do dia, pensar em quanto sua vida seria boa, se não fosse a capacidade de A, B ou C perturbarem sua cabeça. Imagine que eles estão num lugar bem longe, felizes, que tem sabido de ótimas notícias deles, mas raramente; ah, como seria bom.

E pense também na obrigação que você tem com você mesma de viver tão bem quanto possível. É claro que existem momentos difíceis dos quais ninguém escapa, mas de outro tipo, não os que nos são trazidos pelos outros.

E não é impossível aprender a se desligar dos que te fazem mal, de só estar perto de quem te faz bem e lembrar, tantas vezes quanto possível, das coisas boas que a vida está te dando. E assim tentar ser mais feliz.

Danuza Leão

E se eu tivesse perguntado?

E se ele tivesse me dito?

Se eu tivesse merecido saber?

Isso me atormentou por longo tempo

Eu me sentia muito culpada

Hoje, acredito que não saber

é o que torna a vida possível
(Lya Luft)
"Seja imprudente porque, quando se anda em linha reta, não há histórias para contar."
(Carpinejar)


"Lembre-se que se algum dia você precisar de ajuda, você encontrará uma mão no final do seu braço. À medida que você envelhecer, você descobrirá que tem duas mãos - uma para ajudar a si mesmo, e outra pra ajudar aos outros." - Audrey Hepburn

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Não perca tempo batendo em uma parede, esperando transformá-la numa porta.
(Coco Chanel)

domingo, 13 de junho de 2010

Só não me peça para ser morna




Sei que as palavras ditas, tanto quanto as escritas têem vida própria...
Se hoje vôo com a pressa de uma borboleta é porque fui um dia lagarta.
Passei e superei o processo de maturidade dessa transformação!
Criei asas e coragem.
Cresci e vivenciei nova etapa.
Sair do solo e alçar vôo,
Não é tão simples como parece!
Criar asas é ABDICAR da segurança do conhecido.
É lindo voar, mas é seguro ficar no chão.
Borboletas não andam mais...
Vivem aproximadamente apenas 24 horas... Porém... (como dizem)
Morrer não dói!!!
Mas, assusta!




(Luya Machado)



Se perder um amor... não se perca!
Se o achar... segure-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais... é nada.
Fernando Pessoa


REBELAR-SE, MUDAR OU SIMPLESMENTE ACEITAR?



:: Rosana Braga ::


Você já deve ter ouvido a Oração que diz: Senhor, dai-me força para mudar aquilo que posso; serenidade para aceitar o que não posso; e sabedoria para perceber a diferença entre uma situação e outra.

Quando se trata de uma situação com a qual você não está satisfeito, mudar ou se rebelar parece sempre bem mais razoável do que simplesmente aceitar. Entretanto, muitas vezes, aceitar é a atitude mais sábia que você pode ter. É a que mais lhe garantiria a paz e a felicidade que tanto procura, especialmente, quando está certo de que fez a sua parte e deu o seu melhor.

Não concorda? Então lhe proponho uma reflexão! Vamos imaginar, apenas imaginar, que você passou os dois últimos anos de sua vida investindo em seu desenvolvimento profissional e se dedicando ao máximo à empresa onde trabalha.

Tem sido um excelente colaborador, correspondido às expectativas de seus gestores e feito uma significativa diferença nos resultados de sua equipe. Espera realmente ser reconhecido e conquistar uma posição melhor e um salário mais satisfatório.

Pois bem! Uma vaga é aberta para o cargo que você tanto almeja e imediatamente você pensa: essa é minha grande chance e sei que estou pronto para ocupar esse novo lugar. Afinal, tenho feito muito por merecê-lo!

E você está certo, mas esse é apenas o seu ponto de vista. E o inesperado acontece: outra pessoa é escolhida! Num primeiro momento, você se sente sem chão... não consegue acreditar e nem entender. Isso parece absolutamente injusto. Você se considerava a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo e, mesmo assim, tudo deu errado!

E agora? O que fazer? A sua vontade, muito provavelmente, é de botar pra fora toda a sua raiva e indignação! O que você mais gostaria de fazer é se rebelar! Entretanto, será mesmo que gritar, esbravejar e reivindicar reconhecimento neste estado em que se encontra, seriam atitudes positivas, construtivas e que o ajudariam de alguma forma? Pode apostar que não!!!

E quanto a mudar? Considerando que você criaria uma situação constrangedora e até desfavorável se colocasse em dúvida a competência da outra pessoa, bem como a capacidade de escolha de seu chefe; e considerando também que ele já sabia de suas pretensões e, ainda assim, elegeu outro nome para o cargo, podemos concluir que essa situação em si não pode ser mudada!

Você poderia mudar para outra empresa, onde talvez pudesse ocupar o cargo que tanto almeja? Se sim, ótimo. Vá em frente, aposte no novo! Se não, nada pode ser feito... pelo menos não neste momento.

Mas como aceitar? Simples assim? Não fazer nada? Sim, isso mesmo. Confiar no fluxo da vida. Admitir que você não sabe tudo e nem pode controlar tudo. Acreditar que nada é por acaso e que nem sempre conseguimos entender por que determinadas coisas acontecem, principalmente, quando elas nos parecem tão injustas.

Seus sentimentos são absolutamente compreensíveis e você deve mesmo acolhê-los. Mas não agir enquanto estiver submetido a eles. Pode, claro, ir para casa e esmurrar o travesseiro, ou chorar, ou conversar com alguém em quem você confie e desabafar.

Enfim, pode e deve colocar pra fora essa angústia que está sentindo. Mas não pode sair por aí descontando sua raiva em quem se atrever a cruzar o seu caminho. E sabe o que é pior? Infelizmente, na maioria das vezes, é exatamente isso que a maioria das pessoas faz: desconta sua frustração naqueles que mais ama, como filhos, esposa, mãe, pai e irmãos.

E, acima de tudo, não pode transformar os seus próximos dias em verdadeiros martírios, consumindo-se com pensamentos autodestrutivos, culpando-se pelo que acha que deveria ter feito ou ainda se sentindo incompetente. Esta seria a mais nefasta das opções: rebelar-se contra si mesmo! Definitivamente, não ajudaria em nada! Muito pelo contrário...

Por fim, permita-se um banho demorado, talvez um chá quentinho e respire profundamente, sentindo seu corpo inteiro relaxar. Entregue-se ao dia seguinte e à vida com a certeza de que o que for para ser seu, será! E continue fazendo o seu melhor!

Tente. Apenas tente e descubra que viver não precisa ser tão complicado e dolorido...

terça-feira, 8 de junho de 2010


" Para aqueles que crêem, nenhuma explicação é necessária; e para aqueles que não crêem, nenhuma explicação é possível. "
(St. Inácio de Loyola)

domingo, 6 de junho de 2010


Eu amo tudo o que foi

Tudo o que já não é

A dor que já não me dói

A antiga e errônea fé

O ontem que a dor deixou

O que deixou alegria

Só porque foi, e voou

E hoje é já outro dia.

Fernando
Pessoa