sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Amor de gente grande...♥♥♥




Por Rosana Braga

Amor de corpo inteiro. Um amor que transcende, transpira, transborda. Amor com mãos e pés. Com dedos, braços, pernas, barriga, pele e abraços.
Um amor que surpreende, sem nada inventar, sem precisar exagerar, sem ter que sempre entender. Simplesmente ser... preencher, existir!
Amor que não investiga, que não desconfia, que não acusa.
Amor de palavras, mas também de silêncio. Um silêncio que aquieta o coração, que acaricia a alma e alivia as dores!
Amor que esvazia, que abre espaço, que permite.
Amor sem regras, sem pressões, sem chantagens. Amor que faz crescer.Amor de gente grande, de coração gigante, de alma transparente.Amor que permanece. De mim para mim, de mim para você, de você para mim.Amor que invade respeitando, que adentra acariciando, que ocupa com leveza. Amor sem ego. Que acolhe, perdoa, reconhece.
Amor que desconhece para conhecer, que nunca lembra porque não esquece! Amor que é... assim, sem mais nem menos, sem eira nem beira, sem quê nem porquê.
Simplesmente simples, despretensioso, descontraído, desmedido.De uma simplicidade tão óbvia que arrasta, que envolve, que derrete.De uma fluidez tão líquida que escorre, desliza, que não endurece.
Amor que não se pede, que não se dá, porque já é! Para nunca precisar procurar, para nunca correr o risco de encontrar, porque já está!!!E o que quer que ainda possa surgir... bobagem! Apenas crescimento e aprendizagem...
Volta para casa, não se vá!Fique, permita-se, entregue-se, comprometa-se!Simplesmente amor... Você consegue?!?
Texto retirado do livro “Faça o Amor Valer a Pena”, de Rosana Braga – Editora Gente)

rsrs


Que cupom??????


Para ser enganado, preencha este cupom com seus dados!





Por Rosana Braga

Que cupom?!? Como assim?!? Por que eu quereria ser enganado?!?
Tomara que você tenha se feito perguntas parecidas com essas ao ler o título deste artigo. Afinal, será mesmo que alguém, em sã consciência, gostaria de ser enganado? Parto do princípio de que não!
A grande maioria de nós inicia relações, sejam de parceria profissional, amizade, namoro ou sob qualquer outro nome, desejando que a base delas seja – entre outros predicados – a sinceridade! Aliás, um dos adjetivos que mais valorizamos numa pessoa é justamente a sua capacidade de dizer a verdade!
No entanto, haveremos de descobrir, ao longo de inúmeras experiências que vivermos, que a mente mente! Ou seja, nosso complexo e ainda misterioso cérebro (um emaranhado de consciência e inconsciência) cria mecanismos de defesa ou estratégias de ataque que podem ser, antes de mais nada, perigosas e eficientes armadilhas. Uma delas – e mais comum do que imaginamos – é uma espécie de pedido para sermos enganados.
Pedimos?!? Sim, pedimos, mesmo sem termos a menor noção de que estamos fazendo isso. Na ânsia de amenizar certos sentimentos (solidão, baixa auto-estima, carência...) ou experimentar certas sensações (aceitação, acolhimento, segurança...), criamos uma realidade que, na verdade, não existe!
Projetamos em alguém ou numa situação aquilo que gostaríamos de viver e sentir, e julgamos – ingênua e equivocadamente – que nosso desejo se tornou real e a vida nos presenteou com a chance de, finalmente, sermos felizes.
É a armadilha da idealização: passamos a viver uma história “ideal”, criada e alimentada por aqueles sentimentos e sensações que citei antes, do jeitinho que sempre desejamos que ela fosse; e embebedados por nós mesmos, nos recusamos a enxergar a história como ela realmente é. Nossa mente passa a perceber, sentir e concluir não a partir do que está acontecendo de verdade, mas a partir de uma projeção deste ideal, ou seja, de uma ilusão...
Dependendo do quanto os envolvidos nessa nossa ilusão também a alimenta, e também dependendo do tempo que demoramos a “cair na real”, os estragos podem ser grandes. Aqui cabe muito bem o ditado “quanto mais alto, maior o tombo”.
Como não preencher o cupom? Como não idealizar? Como não se enganar ou não permitir que alguém o engane? Bem... tudo começa na coragem. Todos nós podemos ser corajosos, mesmo quando estamos com medo. Coragem não é a ausência do medo e sim o reconhecimento de nossa capacidade de superação.
Claro que não é fácil lidar com solidão, carência, baixa auto-estima, insegurança, entre outros sentimentos que nos colocam frente a frente com nossas limitações, mas com dedicação e persistência, podemos aprender... e temos a vida toda para isso, embora seja prudente começarmos o quanto antes!
No mais, se você está com a sensação de ter se enganado ou de ter sido enganado mais vezes do que gostaria, perceba os sinais. Se a sua voz interior (ou intuição) lhe disser, em alguns momentos, para você ir com calma, vá com calma! Se as pessoas que amam você lhe alertarem para as improbabilidades desta situação, mantenha-se alerta! Se a situação vivida lhe parecer “a cura que caiu do céu”, que vai lhe salvar de todas as suas angústias, questione-se: será que você não está fugindo de si mesmo? Será que não está evitando ter de enfrentar suas dores, preferindo um atalho que parece lhe conduzir a uma “felicidade” bem mais rápida?
E fique com o coração bem aberto – a resposta virá! Talvez você descubra que o que poderia ter se configurado como uma grande enganação é, na verdade, a oportunidade de aprender algo muito precioso. Mas se, infelizmente, descobrir que é tarde demais e que você realmente se deixou enganar, corra atrás do prejuízo, rasgue o cupom preenchido e encha-se de coragem para abandonar o lugar de vítima e tornar-se dono de sua própria história...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


"Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos."
A sua dor é única. Não deixe ninguém nunca te dizer o contrário. Ninguém sabe o que você tá sentindo, ninguém tem idéia do que aconteceu com você, é improvável que alguém tenha vivido uma situação igual à sua... a sua dor é só sua. Não existe dor pequena e não existem lágrimas de crocodilo. A sua dor é única.A dor de perder alguém, que dói sem explicação. A dor de acabar alguma coisa, que dói no vazio. A dor de quando uma paixão escapa da gente, que simplesmente dói fisicamente no peito. A dor de um amigo que te esquece, uma dor interrogativa. A dor de cair de bicicleta, que vem sempre acompanhada de uma criança pra se admirar com seu joelho ralado e uma mãe pra passar merthiolate. A dor do parto, que não é dor. A dor de quem desiste. A dor que simplesmente dói.A dor da alma. Destroçada.Só você sabe como dói o que dói dentro de você. Só você sabe quanto tempo demora o seu luto, o seu mal olhado, o seu pesar... você decide. É uma das poucas coisas que a gente manda dentro da gente. Você sabe como fazer doer, sabe como se machucar. Tem gente que acha que a dor extermina demônios, há quem sinta alívio na dor. E tem quem a provoque como forma de se marcar, de se tatuar. Como maneira de se superar. Ainda bem que tá doendo! Isso só pode significar uma coisa: você reconhece o que te faz crescer, ou você se sente derrotado - a dor da derrota é ruim o bastante. Mas a pior dor é a que a gente não sente.É de partir o coração. É deteriorante. Deve ser até proibido, pois quando você sente dor seus amigos exigem que você se sinta bem, sua avó te força a comer, todo mundo se preocupa porque você tá sentindo alguma coisa doer. Mas a dor é sua. É sua e é única, se lembra?Se a dor é única, só deve existir um meio de acabar com ela. Um único meio... mas por que acabar com a dor? Ela te transforma num caco, derruba sua vontade de viver, faz o coração sair pela boca, contorce seu estômago, te seca e queima a pele em volta dos olhos. Você não passa de uma criança mimada que não consegue entender que não pode ter algo. A dor te destrói. E te reconstrói. Nasce um coração novo em folha, você é apresentado a uma outra pessoa. Prazer, eu sou você. Quem te gerou fui eu, com toda a sua dor. Ninguém vive se o coração tem dois pedaços. Ninguém aprende, se vestir o mesmo coração a vida toda. Mas vista um coração grande, mutante, um coração que seja alvo fácil para o que faz doer.A dor anda camuflada. Se veste de fotos, de músicas, de lugares, nomes, memórias... normalmente se esconde dobrando a esquina, ou quando você abre um livro de culinária, quando você muda de canal, onde você pensa que vai encontrar o que te ensine a esquecer.Quanta bobagem... a dor não é de se esquecer. Sinta a sua dor. Desvende seus remédios... mas não se engane achando que a cura está no trabalho ou no álcool ou em um ex-namorado. Talvez não haja a cura pra essa dor tão só sua que você anda sentindo. Se agarre à sua dor, não deixe ninguém diminuí-la. E lembre-se que a dor dos outros é diferente da sua, mas que todo mundo tem uma dor.Não fuja da dor.E se não parar de doer nunca, não deixe a dor te matar. Se cada dor é de um jeito, ainda tem muitas dores únicas pra você sentir.


Caio fernando abreu

domingo, 3 de janeiro de 2010