hoje eu descobri que você se apaixonou por outra pessoa.
não tive vontade de chorar, de gritar pela sua volta ou suplicar encarecidamente pra que se lembrasse de tudo o que vivemos juntos.
não tive vontade de voltar ao tempo em que tua existência ainda se entremeava a minha em meio a um desabafo em que se parecia compreender e sentir como um só,
ou da conexão singular que se formava com os nossos rostos próximos, dedos que perpassavam os traços e a tentativa de guardar o cheiro do outro pra sempre.
não tive vontade de voltar ao tempo em que tua existência ainda se entremeava a minha em meio a um desabafo em que se parecia compreender e sentir como um só,
ou da conexão singular que se formava com os nossos rostos próximos, dedos que perpassavam os traços e a tentativa de guardar o cheiro do outro pra sempre.
todo esse tempo eu achei que ainda amava você. e, de fato, acho que ainda amo. e sempre vou amar. porque você me fez bem de uma forma que torna inviável te olhar com qualquer outra perspectiva que não seja uma repleta de carinho e gratidão.
mas eu não sou mais apaixonada por você.
acho que, talvez, ainda seja pelas memórias que construímos juntos. porque você saiu da minha vida de forma tão abrupta e fez tudo parecer tão fácil, tão simples, tão indolor
você pareceu estar tão indiferente, tão feliz
e eu senti que o nosso amor tinha sido grande demais para ser esquecido daquela forma. guardei você e todos os nossos momentos juntos em um pedaço meu, e só meu. porque não aceitava que nossa história fosse só mais uma perdida entre tantas outras, sendo que sentimos de forma tão intensa e única. eu, pelo menos, senti.
você pareceu estar tão indiferente, tão feliz
e eu senti que o nosso amor tinha sido grande demais para ser esquecido daquela forma. guardei você e todos os nossos momentos juntos em um pedaço meu, e só meu. porque não aceitava que nossa história fosse só mais uma perdida entre tantas outras, sendo que sentimos de forma tão intensa e única. eu, pelo menos, senti.
eu admito: não te conheço mais. não sei por quais mudanças sua personalidade, manias, gostos e medos passaram desde o nosso adeus. eu não sei mais quem você é, não sei se as coisas que fizeram com que eu me apaixonasse por ti ainda se mantém. e eu demorei muito a entender, mas percebi que não preciso me agarrar a todos os nossos momentos como se fossem a minha salvação. porque o ato de eu existir, por si só, e continuar com o desejo de me entregar a tudo e todos com a maior força e intensidade que sou capaz me mostram que eu, todos os dias, pouco a pouco, me salvo de mim mesma.
assim,
te deixo ir porque, mesmo que involuntariamente, você me ensinou que esse é o maior ato de amor que podemos demonstrar por alguém, às vezes.
então, da maneira que posso, mesmo de longe, mesmo que minimamente, e mesmo que não de uma forma romântica,
eu vou te amar todos os dias
porque você me ensinou o que é amor
e o nosso foi tão incrível que,
mesmo com a sua partida,
amar você é a única coisa que ainda sei fazer.
te deixo ir porque, mesmo que involuntariamente, você me ensinou que esse é o maior ato de amor que podemos demonstrar por alguém, às vezes.
então, da maneira que posso, mesmo de longe, mesmo que minimamente, e mesmo que não de uma forma romântica,
eu vou te amar todos os dias
porque você me ensinou o que é amor
e o nosso foi tão incrível que,
mesmo com a sua partida,
amar você é a única coisa que ainda sei fazer.
(Isadora Klauck)