segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pai...

Das lágrimas e da natureza humana
Desejei que você estivesse aqui, pai.
Com seus olhos azuis que enxergam sempre além.
Com seu colo sempre disponível, seu sorriso sempre aberto, o afago certo.
Eu ontem chorei um bocado , e não foi um choro qualquer.
Não foi aquele choro de criança que não ganhou o brinquedo tão desejado, a quem fora negada a guloseima que se exibe na vitrine da loja de doces.
Foi um choro intenso, sentido, sofrido.
De dor, de solidão, de cansaço, de exaustão.
Se você estivesse aqui ia me afagar os cabelos molhados pelas lágrimas, ia dizer que sou tão boba...nada como um dia depois do outro, e outro, e mais outro.
"Pra quê chorar filha...não resolve nada."
Eu ia olhar dentro dos seus olhos ainda mais azuis e dizer:
"Porque dói pai...dói tanto..."
Eu pousaria mais uma vez a cabeça no teu colo, e adormeceria, exaurida pelo choro convulso.
Segura, aquecida.
Eu hoje chorei mais um tanto.
"A dor não quer ir embora pai...não quer..."
Eu só queria seus olhos azuis.
O seu colo.
E ouvir você dizendo que chorar é desperdício de tempo quando a vida é tão breve e a morte é certa.

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